A Cabra, a Sogra e o Dexter.

Tédio, morte e zoofilia juntos num mesmo sítio.

O Formigueiro Invisível.

“Pare”, “Siga”, “Ande aqui”, “Dirija ali”.

O Mundo de Verônica

Uma entrevista do Pedro Bial no meio de uma revista Playboy.

Quando você morrer

O que você quer ser quando morrer?

Psicotuitoanalise #1 - Fanatismo

O novo método twitteriano de psicanálise avançada freudiana cerebelística anonencefálica.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Eu vou pra São Paulo - O Início

Começa agora neste blog a "Saga [aqui deveria estar um título pra saga mas eu não fui criativo o suficiente pra isso]", em que eu relatarei meu processo de mudança do interior para a capital, mais conhecida como São Paulo.
Como você ainda não me conhece farei um brevíssimo resumo sobre a parte da minha vida que você precisa saber pra acompanhar esta emocionante(espero) saga da vida real.

//Aqui começa o resumo
Eu cursei engenharia aeronáutica por um ano, até junho de 2011, quando percebi que meu negócio é outro e então resolvi abandonar o curso. Decidi então que eu quero ingressar na área de desenvolvimento de games (falo mais sobre o assunto uma outra hora), mas como era de se esperar, nenhuma faculdade da minha cidade tem um curso do tipo. Até que numa madrugada fria de julho um anjo apareceu na minha janela, pulou pra dentro do quarto, foi até o lado da minha cama e me disse algo que eu nunca mais vou esquecer: "Cê vai ter que ir pra São Paulo né seu filho da puta! Lá tem várias faculdades com o curso que você quer! Ou vai, ou volta pra engenharia, caralho!" - deu um tapa na minha cara e de repente desapareceu. E eu resolvi seguir o conselho.

Depois de muito pesquisar, cheguei a conclusão de que o melhor curso pra mim no momento é um chamado Tecnologia de Jogos Digitais, e duas faculdades oferecem tal curso. Não vou dizer quais são as faculdades pra prevenir possíveis tentativas futuras de sequestro, mas atualmente eu estou em processo vestibularístico nas duas.
A última coisa que você precisa saber sobre mim por enquanto é que eu sou um completo idiota pra me locomover em qualquer lugar, me perco até na minha cidade, onde eu vivi por toda minha vida até agora. Dito isso, posso dar início ao primeiro episódio da Saga Sem Nome. Eu poderia até pedir pra você dar uma sugestão, mas eu sei que sua preguiça é maior que a minha e você não vai dar porra de sugestão nenhuma.

//Aqui começa o episódio um



No episódio um falarei sobre algo que é "um passo idiota para o homem, mas um grande passo pra mim". Eu que mal sei andar perto de casa, me perdendo dando voltas no mesmo quarteirão, tive que ir sozinho pela primeira vez a São Paulo pra fazer o primeiro vestibular (serão dois, caso não prestou atenção no texto acima) pro curso que eu quero. Nada melhor que trabalhar numa empresa que fabrica aviões e fica no aeroporto da cidade quando se precisa viajar. Graças a ela eu consegui um ônibus fretado pra São Paulo, no qual vão uns 15 funcionários embora todos os dias pra lá. O quê? Pensou que eu iria de avião pra sampa? Não sei se eu rio de você ou de mim.
Nem tem cabimento também, já que de ônibus daqui até onde eu fui levou cerca de 1 hora.

Confesso que bateu 5% de desespero em mim quando eu vi que o ônibus estava em Guarulhos e aquilo não fazia nenhum sentido na minha cabeça, mas logo depois eu descobri que o ônibus em que eu estava parava na verdade em outra estação de São Paulo(pensei que iria pro Tietê), a Tatuapé. Algo importante que aconteceu na viagem foi um cara que me viu perguntando pro motorista pra onde aquela porra ia parar e como ele ia descer na mesma estação que eu, decidiu me ajudar. Tive que passar por umas ruas e atravessar um shopping pra chegar na estação. Eu nunca tinha andado em metrô, mas aquilo é mais fácil que eu imaginava, a maior dificuldade que eu tive foi entender o que a mulher que vendeu o bilhete falava, mas no final deu tudo certo. Todo o processo de ir pra estação e pegar dois metrôs não levaram nem 20min, tudo graças ao simpático rapaz que nem me disse o nome. Quem sabe um dia o vejo pela empresa.

Cheguei na faculdade as 17h45 mas como a prova seria as 19h, fiquei esperando numa lanchonete que tem em frente. Eis que entra um PALHAÇO COM UMA MALETA na mão! Aquilo parecia tão normal pra tudo mundo ali que até agi com naturalidade. Ele entrou em algum lugar que suspeito ser o banheiro e foi embora assustar criancinhas. Terminei minha Coca-Cola e fui pra faculdade, onde passei pela parte mais difícil do dia que foi achar a sala em que eu ia fazer a prova. Pelo menos eu estava acompanhado com uma garota que estava tão perdida quanto eu, e que era muito bonita por sinal. Achei a sala e comecei a prova, onde depois de 1h já estava com dor de cabeça, nas costas, preguiça de pensar, então acelerei o processo. Como sinto que estou com os mesmos sintomas daquele dia, vou acelerar esse texto aqui também.



Terminei a prova e então voltei pra casa com meu pai de carro, afinal já era tarde da noite e eu não ia pegar metrô e ônibus aquela hora, porque obviamente eu sou um puta dum mimado. E olha que eu cheguei em casa meia noite, imagina se eu tivesse voltado de ônibus... Sem chance.

Pulando 2 dias no tempo, saiu o resultado e soube que eu passei no vestibular, mas como eu estou dando preferência pra outra faculdade, vou esperar a outra prova, que será em dezembro, pra decidir onde faço matrícula. [atualização: passei no segundo vestibular e fui pra lá]

Em resumo, esse dia não foi emocionante como eu esperava, não me perdi, não me fudi, não fui sequestrado, não fui nem assaltado, mas mesmo assim foi um grande passo pro João Paulo(eu). Foi um primeiro contato entre o indivíduo e a cidade, sozinhos, nús, juntos. Espero que as próximas vezes em que eu for pra lá sejam mais emocionantes, e caso sejam, você saberá acompanhando esta belíssima saga neste neste mesmo horário, neste mesmo canal, só que num dia que eu ainda não sei.

Torçam por mim, e se você for paulistano e quiser me ajudar, me abrigar, me alimentar, etc, nas vezes que eu for aí, eu aceito. Só tô recusando Corinthianos no momento.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Meu Herói Alfredo

Sim, eu estou um pouco envergonhado por estar cerca de 20 dias sem postar nada por aqui. Só não estou muito porque eu não recebo pra isso, e tambem porque eu estive me mudando de casa, estou sem internet, e vários outros fatores que são ótimas desculpas pra falta de atividade neste blog. 
Pois bem, como eu estou sem internet eu estava organizando meu pc, as pastas e tudo mais, e fazendo isso eu encontrei algumas coisas que eu desconhecia a existência. Uma destas coisas é um texto idiota que eu vou colocar abaixo, que eu achei perdido numa pasta num cantinho insignificante dentro de outra pasta insignificante. Nem sei quando eu o escrevi, nem por quê, talvez eu estava sem internet na época. É uma história linda e profunda de um herói chamado Alfredo, que mesmo não salvando nada na história salvou meu blog não deixando que ele ficasse mais um dia sem post. Obrigado Alfredo.


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Alfredo estava cansado, da vida, da sua casa, sua família, seus amigos, do alto preço dos salgadinhos.  Já havia passado da idade mas ainda estava bem longe de ser velho, o que ele queria mesmo era um rumo pra sua vida, e já estava na idade pra isso. Lá estava ele deitado no sofá, lambendo seu dedo mínimo esquerdo, o da mão, tentando aproveitar ao máximo o sabor do último doritos da compra do mês. Ele só usava a mão esquerda pra comer doritos pois com a direita ele tinha que pegar o controle remoto pra trocar de canal a todo momento.
Eis que finalmente Alfredo deixou em um canal por mais de 30 segundos, passava um filme onde havia um herói, daqueles que parecem reais, que não voam nem nada, apenas se fantasiam e saem por aí. Alfredo achou interessante, mas trocou de canal novamente. No próximo canal apareceu um noticiário, mendigos foram atacados num bairro próximo ao dele, bem, isso acontece todos os dias, ele pensou. Próximo canal, rapazes sendo presos por estupro, próximo, torcida do Corinthians atacando um ônibus, próximo, câmera flagra ladrão entrando em mercado e roubando 20 pacotes de doritos, aquilo foi demais pra ele.

Alfredo teve um choque de consciência, seu sangue subiu, seu coração disparou, suas pupilas se dilataram, ele nunca havia sentido aquilo antes, ele decidiu o que queria ser da vida. Naquela hora, naquele instante, tudo fez sentido.
"Serei um super herói das ruas, farei justiça com minhas próprias mãos! Serei reconhecido, respeitado, famoso! É isso porra!! Vou salvar velhinhas, adolescentes, gatinhos, mendigos! Que se dane tudo! Vou ser herói!"

Alfredo correu pro guarda-roupa, pegou uma calça estilo Rambo, uma bota estilo Rambo, uma camiseta estilo Rambo, uma máscara estilo Zorro e uma faixa estilo Rambo. Estava pronto.
Amarrou a faixa em sua testa e deu dois nós, vestiu a camiseta apertada e depois as calças, botou o pé direito em cima da cama pra amarrar os cadarços. Juntou, deu nó, passou, voltou, cruzou, puxou. Alfredo se lembrou que ainda não sabia amarrar os cadarços.

Alfredo levou um choque na consciência, seu sangue desceu, seu coração desacelerou, suas pupilas se contraíram, naquele instante ele percebeu que com aquela idade ainda não sabia amarrar os sapatos. Tirou a camiseta, a calça, a faixa, e as jogou em cima da cama. Voltou pro sofá, pegou o controle remoto, e ficou muito feliz pois havia acabado de começar o show do The Killers na MTV. A única coisa que faltava era um pacote de Doritos.