A Cabra, a Sogra e o Dexter.

Tédio, morte e zoofilia juntos num mesmo sítio.

O Formigueiro Invisível.

“Pare”, “Siga”, “Ande aqui”, “Dirija ali”.

O Mundo de Verônica

Uma entrevista do Pedro Bial no meio de uma revista Playboy.

Quando você morrer

O que você quer ser quando morrer?

Psicotuitoanalise #1 - Fanatismo

O novo método twitteriano de psicanálise avançada freudiana cerebelística anonencefálica.

domingo, julho 15, 2012

Baile de Máscaras


A verdade é que há pessoas que vivem num imenso e eterno baile de máscaras, que dependendo de onde pisam colocam uma mascarazinha específica, depois andam pra um outro canto e trocam por alguma mais apropriada ali, depois voltam e trocam novamente, e assim por diante. Vai pra um canto desconhecido? Coloca aquela máscara padrão pra esses casos, que resolve por ora. "Esse pessoal parece legal, gostei deles", então compra uma máscara nova pra ver se consegue se enturmar. "Aff, esse canto de novo, essas pessoas desagradáveis...", coloca então aquela que aparenta um ser simpático, paciente e amigável. "Opa, nesse canto eu tô em casa, todos já me conhecem", então usa aquela transparente que parece até que está de cara limpa. Parece, até parece.

Mas será que são só alguns que vivem se escondendo? E você, é verdadeiro com todos?
Você é exatamente o mesmo quando está com seus pais do que quando está com seus amigos? E quando está diante de desconhecidos? É da mesma forma? Com namorado, namorada, amante? Igual com todos? E quando está com você mesmo, diante do espelho, é a mesma pessoa que todas as outras veem?

Eu não quero dizer que todos somos falsos (nem que não somos), mas apenas que cada pessoa que convivemos vê uma parte diferente nossa, a parte que achamos conveniente mostrar.
Todos nós temos um lado oculto, inexplorado, às vezes até por nós mesmos. Todos temos segredos que não dividimos nem com o travesseiro, com medo de que ele possa contá-los nos ouvidos de outros, ou simplesmente pq nós mesmos não nos sentimos bem pensando naquilo. Ou vai dizer que você não? Que você é, sim, sempre verdadeiro?

Vai me dizer que você não odeia aquela pessoa mas precisa fingir que não há problema nenhum com ela pra que tudo continue bem? Vai me dizer que não existe aquela pessoa que você não tem mais vontade nenhuma de se relacionar, mas continua fingindo que está tudo bem por falta de coragem de mudar? Vai me dizer que não achou uma merda aquilo que ela fez mas disse que estava ótimo só pra não magoá-la?
Não é questão de ser ator, é questão de ser humano. Alguns escondem mais, outros menos, mas todos, todos escondem algo que nunca revelarão a ninguém. Se isso é bom ou ruim eu não sei, e nem me preocupa. Só quero que você me responda:

Você se esconde muito? Tem muitas máscaras? Se sente bem com elas?

Cuidado que algumas podem ficar apertadas demais, atrapalhar a visão e alguns outros sentidos, e até deixar algumas marcas. Cuidado que a máscara protege sua identidade mas não protege você. Cuidado que você pode ter 501 delas de modelos e cores diferentes, mas a pessoa por trás de cada uma é a mesma. Você pode desfilar e dançar pelo baile, arranjar vários pares, mas... Será que gostam de você, ou da sua máscara? Será que gostam de quem você realmente é, ou de quem você finge ser? Espera, será que gostam mesmo de você?
Essa sua máscara aí, será que vai durar o baile todo? Será que, se por acaso ela caír, vão continuar dançando contigo?

Afinal, o que você quer esconder? Seus defeitos? Seus medos? Sua personalidade? Sua covardia?
E no final de tudo isso, quando não houver mais lugar pra disfarces nem danças, terá valido a pena? Você estará feliz? Terá alguém ao seu lado? Alguém que saiba quem você realmente é, que te proteja, te apoie?
Ou você vai se esconder pra sempre, se adaptando de acordo com seus interesses?
Aliás, quais são seus interesses? Dançar eternamente num baile invisível? No ritmo de uma música que só toca na sua cabeça?

Só quero que você me responda. Mas antes, tira essa sua máscara vai. 







"There is no dark side of the moon really.
Matter of fact it's all dark."