A Cabra, a Sogra e o Dexter.

Tédio, morte e zoofilia juntos num mesmo sítio.

O Formigueiro Invisível.

“Pare”, “Siga”, “Ande aqui”, “Dirija ali”.

O Mundo de Verônica

Uma entrevista do Pedro Bial no meio de uma revista Playboy.

Quando você morrer

O que você quer ser quando morrer?

Psicotuitoanalise #1 - Fanatismo

O novo método twitteriano de psicanálise avançada freudiana cerebelística anonencefálica.

sexta-feira, dezembro 28, 2012

Então é Natal

Aconteceu uma coisa muito louca neste natal. A ceia tinha acabado, o pessoal já havia ido embora, e então eu fui pro meu quarto pra trocar de roupa e assistir alguma coisa até dar sono.
Confesso que não dou muita bola pro Natal não, mas acho uma data muito importante, não pra mim, mas pro mundo em geral. Não por comemorar o suposto nascimento de Jesus ou sei lá o quê, mas pela mobilização de todos, pela união que acontece entre as famílias, amigos, e etc, que geralmente acontece na data.
Troquei minha roupa, peguei o controle remoto da tv e me preparei pra deitar na cama, até que: pawtrastrustastistis (onomatopeia de alguma coisa caindo do lado de fora da janela do meu quarto). Meio assustado, fui em direção à janela pra ver o que era, e quando a abri logo se levantou do chão uma pessoa toda de branco e com asas, que quando a vi soltei um leve grito ("aauhh") e dei dois passos pra trás, mais assustado ainda. 

Era uma mulher vestida de anjo, de pele um pouco clara, aparentando ter uns 45 anos, os cabelos eram encaracolados e escuros, tipo o do Maradona na época que jogava bem e cheirava cocaína, só que um pouco mais armado (o cabelo) e maior. Ela estava com um sorriso estampado no rosto e a mão esquerda levantada, como um garçom que segura uma bandeja, só que sem a bandeja. Parecia estar esperando que eu a convidasse pra entrar, mas aquela situação era muito estranha pra mim, mais estranho ainda é que de alguma forma ela me era familiar, eu já havia visto aquele sorriso em algum lugar. Seria o Natal realmente mágico? Deus teria mandado um ANJO pra falar comigo? Será que eu sou especial? Sou eu quem vou salvar a humanidade?? Várias coisas passavam pela minha cabeça.

Ficamos nessa por uns 30 segundos, eu parado e ela com o sorriso, do lado de fora da janela, até que resolvi falar, e quando abri a boca pra perguntar "wtf?", ela me interrompeu:
- Então, então é Natal - disse de uma forma clara e singela, ainda com o sorriso.
- É, tô sabendo - respondi.
- E o que você fez?
Essa pergunta me deixou na dúvida, como assim o que eu fiz? O que eu fiz no Natal? No ano? Na minha vida? Espera, o que tá acontecendo aqui? Mas enfim, escolhi a primeira opção.
- Ah cara, teve um amigo secreto aqui agora há pouco, ganhei umas havaianas, e depois fiquei só comendo mesmo. Até sobraram algumas coisas ali, se você quiser.. - resolvi arriscar que ela estava em busca de comida. Não tinha cara de mendiga, mas era uma hipótese..
- O ano termina, e nasce outra vez.
- Verdade né, rs - poucas conversas na minha vida fizeram tão pouco sentido quanto aquela que eu estava tendo no momento.
- Então é Natal, a festa Cristã - Ela insistia
- Olha ok, legal, mas pelo amor de deus, diz logo o que você quer! Ou de onde você veio, ou melhor ainda, QUEM CARALHOS É VOCÊ??
Logo o sorriso dela finalmente desapareceu, enfim abaixou sua mão que segurava a bandeja invisível, e olhou com cara de desapontada pra mim. Senti que peguei pesado, mas não sabia por quê.
- Então você não me conhece? - ela perguntou.
- É... não - eu ainda tinha dúvidas se a conhecia ou não.
- Claro que não, hoje em dia ninguém mais ta preocupado em passar o natal de forma decente, ouvindo MÚSICAS NATALINAS, hoje o povo só quer saber de putaria, de Walesca Popozuda, Mr. Catra, e essas merda toda.
- Ca- calma moça, não é assim também, eu até...
- Calma o cacete! E moça o caralho! Tenho mais de 50 anos seu pivete dos inferno. Tá vendo esse monte de cds aqui?? - ergueu um saco branco que parecia ter uns 300 cds lá dentro e sacudiu - Todos gravados por mim! Antes as pessoas compravam por livre e espontânea vontade, elas adoravam, cantavam, essa merda era o hino do natal! Mas agora não, agora vocês ficam aí com esses lixos de músicas, que me dá até vontade de cagar no cd, vomitar em cima, e depois dar pro artista comer, tipo aquele vídeo lá do 2 girls 1 cup, sabe?
A conversa estava indo longe demais, e eu ficando mais preocupado e assustado com tudo aquilo. E pra piorar ainda me lembrei de imagens do vídeo que ela citou.

- Ok. Calma moça. Digo, senhora. Ou senhorita. Vai dar tudo certo, mas antes você precisa me dizer o que é que você quer, senão eu não consigo te ajudar. Pode ser? - fiquei até impressionado com minha serenidade
- Meu queridinho, quer saber o que eu quero? Eu só quero que todo mundo volte a comprar essa merda de cd, que cantem e façam uso dele no natal. Tudo que eu tinha na vida era o Natal. Todos me amavam, se lembravam de mim, me chamavam pra cantar as músicas ao vivo, já fui até pro Faustão!
- Nossa, é mesmo? Você não deve ser muito da minha época de faustão então, porque acho que realmente não te conheço, - a mulher já tava pirando de vez só podia - mas eu não tenho a memória muito boa também né, pode ser isso.
- É, pode ser. Mas enfim, compra um cd aí.
- Pera. Espera. É SÓ ISSO que você quer então? Invadiu minha casa vestida de anjo, veio com uns papos estranhos, me xingou na minha própria janela, tudo isso só pra que eu compre essa merda de cd??
- Merda não! Isso aqui é o espírito natalino encarnado num cd meu queridinho.
- Tá, tá, entendi. E quanto custa?
- Quanto vale o natal pra você?
Suspirei.
- Ah sei lá, acho o natal super importante e tal pro mundo, mas não sei dar um valor assim em dinheiro pra ele. Acho que nem tem como.
- Vale mais que seu rim?
- Como assim vale mais que meu rim?
- O Natal, ele vale mais que seu rim?
- Porra, como assim?? O que tem a ver uma coisa com a outra??
- Você trocaria seu rim por uma noite de natal??
- Nossa que tipo de pergunta é essa cara!? Não, eu não trocaria!
- Então seu rim vale mais que o Natal?
- Mas que caralho, se for assim vale então, não sei, que merda!
A última coisa que eu vi foi a senhora senhorita tirar algo de dentro do saco de cds, e depois apenas luz. Uma grande luz. Enorme. Luz.

E então eu acordei hoje, com uma puta dor estranha na barriga, meio zonzo, meio sei lá. Com um puta frio também, dormi com a janela aberta, e ainda tinha um pouco de sangue perto de mim, acho que o idiota aqui bebeu tanto ontem que deve ter se cortado e nem percebeu. Mas fiquei feliz quando acordei na minha cama e não tinha mais senhora-anjo nenhuma na minha janela, ou seja, era tudo um sonho né!! haha aiai. Um sonho bem estranho por sinal.
Mais estranho ainda foi que na cabeceira da minha cama havia um cd da Simone, que nossa, eu não via ele aqui em casa faz milhões de anos, e ele ta até com cara de novo. Minha mãe deve ter achado e o colocado aqui, o que não faz sentido mas ok.

Mas enfim, Feliz Natal.




segunda-feira, dezembro 17, 2012

O Mundo na Minha Cabeça

Eu tenho um pequeno distúrbio mental e não sei se é só comigo que isso acontece. Às vezes eu penso que vou ficar louco. Não sei na verdade se isso é uma vontade, um receio, ou quem sabe uma falta do que fazer com meu cérebro, só sei que em vários momentos eu me sinto como se fosse um Bruce Banner, só que ao invés de tentar me controlar pra não virar o Hulk, eu tento me controlar pra que eu não fique louco. Mas louco mesmo, sabe? Louco maluco, daqueles que você manda pro hospício e até os pacientes de lá passam a evitar pra não serem contagiados.
O que acontece é que minha mente costuma ser meio perdida, pensa em várias coisas ao mesmo tempo, sendo que 98% destas são coisas bizarras, sem sentido e/ou imaginação além do necessário, enquanto os últimos 2% são dedicados ao que realmente está acontecendo de importante no momento.


Eu tenho uma séria dificuldade para ter conversas sérias, pois sempre que elas aparecem meu cérebro avacalha tudo dentro da minha cabeça. Simplesmente não consigo manter a seriedade por muito tempo quando todos estão sérios. Se o pessoal que estiver falando comigo estiver normal, ou até feliz e saltitante, eu consigo manter a seriedade na minha cabeça, mas se esse mesmo pessoal estiver sério e tendo uma conversa séria, minha cabeça não consegue manter a seriedade. Está confuso? Sim, mas eu avisei lá no começo que minha mente é meio perdida, pensei que já estivesse preparado. De qualquer forma, vou dar alguns exemplos:

Situação: Conversa com a gerente do banco.
Cenário real: A gerente fala sobre a troca do pacote de serviços que terei que fazer, mostra as opções diferentes de serviços pra contratar e sobre o funcionamento para mudança de agência bancária.
Cenário na minha cabeça: Eu me levanto e corro em círculos pela sala da agência, enquanto isso bato com as mãos em todos os papeis das mesas e tudo lá dentro vira um redemoinho de folhas A4 cheias de números, vírgulas e cifras. Até que eu paro de correr e pego um guarda chuva que tava perto de mim, e uso a gerente de poste enquanto canto Singin' in the Rain. Após terminar a música eu dou um mergulho na parede de vidro e saio da sala(e do banco) em grande estilo.

Situação: Reunião de trabalho.
Cenário real: Meu chefe falando sobre os diversos projetos do ano, quais as expectativas, as dificuldades, o que devemos fazer e qual a melhor forma de atingirmos nossos objetivos. Ele fala e todos ouvem atentamente com cara de sérios e dispostos a dar o melhor de si pela empresa (inclusive eu, exceto a parte do "ouvir atentamente").
Cenário na minha cabeça: No momento em que meu chefe abre a boca pra falar eu me levanto bruscamente jogando a cadeira pra trás, subo na mesa, faço um sapateado e enquanto todos olham perplexos pra mim eu escolho o mais feio do momento e dou um chute no meio da cara. Logo em seguida eu tiro a roupa de uma vez só, daquele jeito que você puxa e já sai tudo numa só rasgada. E então, pelado, eu pulo em cima da cabeça de um colega de trabalho e me equilibro com apenas um pé, e assim vou pulando de cabeça a cabeça, até completar todas da mesa, e depois volto pra cima da mesa, em frente ao chefe. Lá eu me ajoelho, começo a urinar na cara dele e logo em seguida grito "QUE TAL ENTÃO ESSE PROJETO DE GOLDEN SHOWEEER AAAAHAHAHAHAHA". Após isso visto minhas roupas novamente, volto pro meu lugar, e a reunião é finalizada.

Situação: Me declarar pra mulher que amo.
Cenário real: Estamos sentados num banco de uma praça, estou me preparando pra falar com ela, com os lábios tremendo e as mãos suando, assim como as axilas, que formam duas belas pizzas molhadas em cada um dos lados da minha camiseta do Pink Floyd.
Cenário na minha cabeça: Eu inicio minha fala dizendo "ér.. é.. então, o que eu queria dizer é-" logo a garota grita "SIM EU SEI EU TAMBÉM TE AMO PUTA QUE PARIU VEM CÁ ME BEIJA ME LEVA PRA CAMA VAMOS EMBORA PRAS ANTILHAS HOLANDESAS OU QUEM SABE PRA NOVA ZELÂNDIA OU QUEM SABE PRO INFERNO TANTO FAZ SEU LINDO SEU MARAVILHOSO EU QUERO É VOCÊ". Em seguida nós dois tiramos as roupas (adoro ficar pelado), nos abraçamos, nos beijamos loucamente, damos as mãos e saímos correndo pela rua, ao mesmo tempo em que damos voltas no eixo das nossas próprias mãos entrelaçadas, como hélices humanas apaixonadas à caminho da felicidade eterna [enquanto isso toca nos alto-falantes da cidade a música Good Old Fashioned Lover Boy]. E assim vamos correndo, a luz do Sol vai ficando cada vez mais e mais intensa, até que tudo se transforma finalmente em luz.

Situação: Qualquer uma.
Cenário real: Qualquer coisa acontecendo com qualquer pessoa.
Cenário na minha cabeça: Eu fico imaginando a pessoa dentro deste clipe do Radiohead, dançando igual ao Thom Yorke, com umas caras engraçadas e tudo mais. Confesso que fica bem engraçado me divirto muito, e serve pra qualquer situação, é só pegar o corpo da pessoa e trocar com o Thom.




ps.: eu sei que você também faz essas coisas na sua cabeça ok.

domingo, setembro 16, 2012

Aquele Fio de Cabelo Grisalho

Eu nunca tinha me importado com as histórias das pessoas e seus cabelos grisalhos. Tem aquelas que pintam, aquelas que fazem questão que eles fiquem como estão, as que preferem ficar careca, entre outras opções, mas o fato é que nunca me importei com essas pessoas e suas respectivas cabeleiras. Pra mim era tudo uma questão de visual, de estilo, ter ou não ter cabelos grisalhos era apenas uma escolha de cada um. Até que eu percebi que não é tão simples assim.

É diferente quando é você quem se olha no espelho pra pentear o cabelo e de repente vê ali, um pouco escondido mas ainda assim se destacando dos demais, um pequeno e curvado fio de cabelo branco. Aquilo pra mim ia muito além de qualquer coisa relacionada à estética ou meu visual, aquilo pra mim foi na verdade algo como um choque de realidade. É como um daqueles momentos do seu dia que você olha pro relógio e vê que já é bem mais tarde do que você imaginava e você nem havia percebido, só que nesse caso, ao invés do relógio era um fio de cabelo branco, e ao invés do dia, minha própria vida. 

Aquele fio de cabelo me fez perceber que muita coisa já tinha passado, e muitas coisas não voltariam nunca mais. Me fez lembrar dos momentos bons que eu já passei ao lado das pessoas que eu amava, dos momentos ruins também, que alguns eu agradeço por terem existido, já outros não faço tanta questão. Lembrei de momentos desnecessários e até de momentos que desejava nunca mais me lembrar. Lembrei dos sonhos que tive durante a vida, e refleti sobre quais deles eu já conquistei, estou pra conquistar e aqueles que agora sei que já não tenho mais tempo. Lembrei dos arrependimentos, das coisas que queria ter feito de um jeito diferente, e que agora mais do que nunca sei que nunca mais poderei corrigir. Pessoas que se foram, pessoas que surgiram, pessoas ganhas e pessoas perdidas, todas elas deixando suas marcas, algumas boas lembranças e algumas feridas. 

Um simples novo(ou velho) fio de cabelo trouxe tudo isso à tona, me mostrou que eu já sou quem eu sou, e que não tenho mais tempo pra me reinventar. Tudo que eu fiz já estava feito e foi o que me trouxe aqui, sendo quem eu sou, fazendo o que estou fazendo, morando onde estou morando. Certamente não estou plenamente satisfeito, sempre dá pra ser melhor, se bem que se "sempre dá pra ser melhor", eu nunca vou chegar lá, então diria até que estou satisfeito. Mas por mais satisfeito que eu esteja, sempre vou me lamentar por algo ser do jeito que é, por alguma coisa que fiz ou deixei de fazer. E essa parte é a mais difícil. A dúvida então era se eu deveria me contentar e aceitar todo aquele tempo de cabelos escuros, ou se eu devia tentar consertar, pintar, esconder, e fingir que ainda tenho muito pela frente. Fingir que ainda dá pra fazer o que eu quero, mudar o que deu errado, reconquistar o que eu perdi. 

E ali estava eu, me encarando de frente ao espelho, vendo quem eu sou, quem eu fui e decidindo quem eu estava pra ser, momento este proporcionado pelo imprevisível fio de cabelo branco. Foi quando eu decidi que ia arrancá-lo, quem sabe ele era só uma pequena falha genética, e que só existiria ele por pelo menos mais uns 10 anos? Quem sabe sem ele eu poderia continuar normalmente acreditando que o fim ainda estava muito e muito distante. Resolvi tocá-lo, e quando simulei que ia arrancar o dito cujo, ele simplesmente já não estava mais na minha cabeça. Na verdade era só um fio qualquer de algum material sintético. Joguei no lixo, terminei de pentear o cabelo, escovei os dentes, e fui pro cinema assistir Paranorman 3D, afinal tenho só 19 anos de idade ainda né glr pfvr..

segunda-feira, agosto 27, 2012

A Cabra, a Sogra e o Dexter.



Tinha chegado o fim de semana e eu tava super animado, a ideia era ficar o dia todo embaixo do cobertor e finalmente terminar a quarta temporada de Dexter. Aliás, vale dizer eu tô bastante viciado em Dexter, às vezes me sinto até como se fosse ele, uma vontadezinha aqui e ali de enfiar a faca no peito de alguém, mas nunca passa da imaginação né. Sonhos relacionados ao assunto já são normais. Enfim, minha ideia de zerar Dexter no fim de semana logo foi por água abaixo, pois minha namorada deu a bela notícia de que passaríamos sábado e domingo no sítio dos meus sogros, que fica em Caçapava. Meu sogro havia viajado a trabalho pro Mato Grosso do Sul, e minha sogra ficaria sozinha com o caseiro no sitio, caso não fôssemos. Pra agradar a todos (menos a mim), fui pro maldito lugar. Quem sabe passar aquele fim de semana lá faria com que minha sogra passasse a demonstrar mais carinho por mim. (Já adianto que não deu muito certo)

O sítio até que é legal, tem bastante "verde" e vários animais por lá. Chegamos um pouco antes do almoço, comemos um belo frango assado, ou dois(minha sogra tava meio obesinha, comeu um quase sozinha), e fui descansar na rede depois. Eu estava lá deitado na varanda, relaxando, olhando pros cachorros que ficavam indo pra lá e pra cá, os cavalos lá longe, as vacas, até que eu vi que tinham cabras também. Interessante, cabras - pensei. Foi quando veio uma velha lembrança. Lembrei de uma noite em que eu estava na casa da minha avó, anos e anos atrás, assistindo ao Praça é Nossa (sim isso mesmo), na época em que ainda tinham o deputado Tiririca como um de seus integrantes. Lembro que ele falou algo de que na terra dele era normal iniciarem a vida sexual com cabras, talvez não com essas palavras, mas foi o que ele quis dizer. Isso foi um pouquinho chocante pra mim na época, e me fez lembrar diretamente de uma outra coisa, só que da época ATUAL: minha vida sexual. Quatro meses de namoro já e... nada. Não que eu seja um cara insensível que só liga pra isso, mas é que um homem tem suas necessidades afinal de contas. Fiquei ali refletindo sobre isso por alguns segundos até que ouvi um comunicado por parte da minha sogra. Ela disse que minha namorada iria com o caseiro até o centro da cidade comprar as coisas pro café da tarde e perguntou se eu iria junto, disse também que ela não iria pois tinha que tomar banho naquela hora pra não ter que perder a novela depois. Olhei pra ela, com preguiça de pensar, olhei pro horizonte, vi a cabra de relance, olhei de volta pra ela, pra cabra, pra ela, e por fim disse que ficaria ali no sítio mesmo descansando. Minha consciência não entendia direito o que estava acontecendo, ou pelo menos não queria me contar, mas percebi que o clima de repente mudou.

Ouvi o barulho do carro saindo, e logo depois um *SLAP*, que era o barulho da porta do banheiro que minha sogra havia acabado de fechar. Meu inconsciente então sussurrou algo como: "é agora". Olhei de longe em direção à cabra, e corri em direção dela. Eu não sabia bem o que passava pela minha cabeça, mas seguia em frente. Me aproximei, ela me olhou parecendo estar um pouco assustada, mas ao mesmo tempo com segundas intenções. Estava com aqueles olhos de ressaca, me encarando de relance, com a cabeça um pouco baixa, como quem come grama enquanto olha disfarçadamente pra sua presa sexual. Eu não sabia bem o que eu estava fazendo ali, mas de alguma forma ela me hipnotizou, e como num passo de dança ela se virou de costas pra mim, ao mesmo tempo que me desloquei pro lado e acabei ficando atrás de uma toalha pendurada no varal, como se assim eu me escondesse do resto do mundo. A hora era nossa, por trás da toalha aconteceria um momento sublime e marcante na vida de nós dois. Eu não sabia se gritava, se chorava, urinava, mas ao que tudo indicava eu estava realmente fazendo aquilo, e continuei. Por fim abaixei as calças, coloquei as mãos no traseiro da cabra, respirei fundo, fechei os olhos, ouvi um grito, e.. opa, ouvi um grito. Foi quando meu cérebro processou em 0.435 segundos a informação de que aquilo não poderia ser o grito de uma cabra, era mais similar ao de uma galinha, ou quem sabe de um marreco, ou quem sabe de minha sogra. Minha sogra. Abri os olhos.

Virei pra trás, e ali estava ela. Minha sogra havia esquecido a toalha no varal e, quando foi buscar, encontrou apenas seu genro de costas com as calças abaixadas e as mãos no traseiro de uma cabra. (quem nunca?)
Foi quando meu cérebro processou em 0.895 segundos várias informações, entre elas "qual a explicação mais plausível e prática que posso dar pra esta cena lamentável?", "teria sido bem mais fácil se a filha dela tivesse liberado a- ", "puta merda ela chegou bem na hora que eu ia m-", e a última foi "mas e se eu...", foi quando eu nem terminei o pensamento e dei uma senhora cotovelada no meio da fuça da senhora minha sogra. Ela caiu, porém ainda lúcida, e gritando algo parecido com "CREIDEUSPAI", foi quando eu dei uma senhora joelhada um pouco abaixo da fuça dela, sem deixar que ela terminasse seja lá a frase que fosse (obrigado Anderson Silva). E então ela caiu de uma forma mais caída que da primeira vez, daquelas que você olha e pensa: "nossa, mas dessa vez ela caiu feito uma jaca", e não se esperneou, levantou, gritou, falou, respirou. Estaria minha sogra morta? Ou melhor, teria sido minha sogra morta por MIM? Subiu uma onda de desespero + emoção inexplicável, e fiquei ali, perplexo, não sabia se deveria me sentir aliviado ou preocupadíssimo. Não tive nem tempo de escolher entre uma das opções pois ouvi um barulho familiar de carro entrando no sítio, o caseiro e minha namorada haviam retornado. E eu ali, com as calças no tornozelo, uma velha com a fuça sangrando aos meus pés, e uma cabra assustadíssima acompanhando aquilo tudo. Eis que decidi que era hora de usar tudo que havia aprendido com Dexter até então.


Continua...

domingo, julho 15, 2012

Baile de Máscaras


A verdade é que há pessoas que vivem num imenso e eterno baile de máscaras, que dependendo de onde pisam colocam uma mascarazinha específica, depois andam pra um outro canto e trocam por alguma mais apropriada ali, depois voltam e trocam novamente, e assim por diante. Vai pra um canto desconhecido? Coloca aquela máscara padrão pra esses casos, que resolve por ora. "Esse pessoal parece legal, gostei deles", então compra uma máscara nova pra ver se consegue se enturmar. "Aff, esse canto de novo, essas pessoas desagradáveis...", coloca então aquela que aparenta um ser simpático, paciente e amigável. "Opa, nesse canto eu tô em casa, todos já me conhecem", então usa aquela transparente que parece até que está de cara limpa. Parece, até parece.

Mas será que são só alguns que vivem se escondendo? E você, é verdadeiro com todos?
Você é exatamente o mesmo quando está com seus pais do que quando está com seus amigos? E quando está diante de desconhecidos? É da mesma forma? Com namorado, namorada, amante? Igual com todos? E quando está com você mesmo, diante do espelho, é a mesma pessoa que todas as outras veem?

Eu não quero dizer que todos somos falsos (nem que não somos), mas apenas que cada pessoa que convivemos vê uma parte diferente nossa, a parte que achamos conveniente mostrar.
Todos nós temos um lado oculto, inexplorado, às vezes até por nós mesmos. Todos temos segredos que não dividimos nem com o travesseiro, com medo de que ele possa contá-los nos ouvidos de outros, ou simplesmente pq nós mesmos não nos sentimos bem pensando naquilo. Ou vai dizer que você não? Que você é, sim, sempre verdadeiro?

Vai me dizer que você não odeia aquela pessoa mas precisa fingir que não há problema nenhum com ela pra que tudo continue bem? Vai me dizer que não existe aquela pessoa que você não tem mais vontade nenhuma de se relacionar, mas continua fingindo que está tudo bem por falta de coragem de mudar? Vai me dizer que não achou uma merda aquilo que ela fez mas disse que estava ótimo só pra não magoá-la?
Não é questão de ser ator, é questão de ser humano. Alguns escondem mais, outros menos, mas todos, todos escondem algo que nunca revelarão a ninguém. Se isso é bom ou ruim eu não sei, e nem me preocupa. Só quero que você me responda:

Você se esconde muito? Tem muitas máscaras? Se sente bem com elas?

Cuidado que algumas podem ficar apertadas demais, atrapalhar a visão e alguns outros sentidos, e até deixar algumas marcas. Cuidado que a máscara protege sua identidade mas não protege você. Cuidado que você pode ter 501 delas de modelos e cores diferentes, mas a pessoa por trás de cada uma é a mesma. Você pode desfilar e dançar pelo baile, arranjar vários pares, mas... Será que gostam de você, ou da sua máscara? Será que gostam de quem você realmente é, ou de quem você finge ser? Espera, será que gostam mesmo de você?
Essa sua máscara aí, será que vai durar o baile todo? Será que, se por acaso ela caír, vão continuar dançando contigo?

Afinal, o que você quer esconder? Seus defeitos? Seus medos? Sua personalidade? Sua covardia?
E no final de tudo isso, quando não houver mais lugar pra disfarces nem danças, terá valido a pena? Você estará feliz? Terá alguém ao seu lado? Alguém que saiba quem você realmente é, que te proteja, te apoie?
Ou você vai se esconder pra sempre, se adaptando de acordo com seus interesses?
Aliás, quais são seus interesses? Dançar eternamente num baile invisível? No ritmo de uma música que só toca na sua cabeça?

Só quero que você me responda. Mas antes, tira essa sua máscara vai. 







"There is no dark side of the moon really.
Matter of fact it's all dark."

quarta-feira, junho 13, 2012

Eu vim pra São Paulo - Capítulo I

Ultimamente eu tenho ido dormir muito tarde, por volta das 4h ou 5h, e não me sinto mal por fazer isso afinal não trabalho nem estudo cedo, e eu aproveito muito mais o tempo de madrugada do que eu aproveitaria de manhã. Eu penso melhor de madrugada, consigo me concentrar mais nas coisas, fica aquele silêncio, aquele escuro, aquela paz, melhor pra escrever, ler, editar, pensar, tudo. Então eu tô aproveitando ao máximo isso enquanto posso e ando acordando por volta das 12h.
Ontem por exemplo eu só consegui dormir lá pelas 6h pois tive que terminar meu último trabalho do semestre (yess), e eu deixo tudo pra última hora mesmo, desculpa se eu só funciono assim.
O que acontece é que neste momento são 08h34 da manhã, e cá estou, acordado e escrevendo este post. Nossa como sou dedicado ao blog né, até acordo cedo, com apenas 2h de sono, pra vir aqui postar. Só que não.
Hoje a empregada veio aqui limpar a casa e eu tive que acordar as 8h, mas ok, tô super disposto e animadzzzzZzZzzZ. Como não consigo fazer nada útil de manhã, tive a brilhante ideia de escrever este post que eu estou devendo faz tempo (não que seja algo inútil, mas enfim), que é a continuação da minha vinda pra São Paulo, que se você não leu, só clicar. Let's go de metrô então.


Nossa eu vi que faz OITO meses que eu escrevi o primeiro post da saga. Puta preguiçoso de merda que eu sou viu.
Bom senhores, como hoje é dia 13 de Junho de 2012, faz exatamente 4 meses e 9 dias que eu estou morando aqui em sampa (odeio essa palavra mas vou usá-la no texto pra não ficar escrevendo são paulo o tempo todo). Me mudei pra cá no dia 4 de março, e lembro que nesse dia eu fui assistir a um jogo do Palmeiras no Pacaembú, e... enfim, se eu dependesse do Palmeiras pra ser feliz aqui eu já teria me jogado do prédio.

Eu moro atualmente num apartamento na região central com mais dois indivíduos, mas como eles trabalham durante o dia e eu estudo durante a noite, praticamente não os vejo. Ou seja, me sinto morando sozinho, exceto na parte de pagar as contas do mês.

O primeiro mês até que foi bem tranquilo, foi o mês de adaptação, de conhecer a região, como funcionaria minha rotina e tudo mais. Eu não tive dificuldades em relação ao transporte porque eu já estava estudando aqui desde fevereiro, eu vinha e voltava pra minha cidade todos os dias. Eu saía de São José após o almoço e chegava em casa por volta das 01h30, só pra assistir a 4 aulas. Cansativo e improdutivo, não tava legal. (Tem até umas duas histórias pesadas que aconteceram nesse tempo, mas que eu conto depois, tem a ver com gays e pedófilos) Mas pelo menos esse período me ajudou a conhecer os lugares que eu tinha que ir, quais metrôs e trens pegar, etc. E quando eu me mudei definitivamente pra cá não sofri com isso, exceto é claro pela lotação, mas isso é cotidiano.

A maior dificuldade do primeiro mês acredito que foi a alimentação. Era óbvio que isso ia acontecer, eu simplesmente não sei cozinhar nada, NADA. Antes de chegar aqui eu só sabia fazer: Miojo (bendito seja), pipoca, ovo, bolo, sopa e pão com manteiga. Então eu aprendi mais ou menos a fazer arroz pela internet, o feijão eu compro pronto e só esquento, afinal nem a pau que eu vou trazer uma panela de pressão pra cá. E tem a parte mais chatinha que é fritar as coisas, chatinha e perigosa, nunca pensei que fritar um hambúrguer seria tão assustador:

Certo dia, estava eu fazendo meu almoço, ouvindo meus podcasts, e me preparei pra fritar o hambúrguer. Ok, tranquilo, protegi meu braço pra não espirrar aquele óleo assassino em mim, e coloquei ele lá na frigideira. O hambúrguer deu uma entortada, então o virei pro outro lado. Tudo normal. Até que de repente ele começa a fazer um barulho estranho, e começa a sair muita fumaça debaixo dele, a cada segundo saía fumaça e fazia um barulho ('shhhh'). Um pouco assustado, fiquei olhando pra ele e pensando que porra poderia estar acontecendo, até que segundos depois, O HAMBÚRGUER PEGA FOGO!!!11! Simplesmente sobe um fogo enorme da frigideira, que chegou até o microondas, que fica acima do fogão (quando eu reli meu texto achei essa frase bem óbvia, mas vou deixar mesmo assim). Minha reação na hora foi:   .
Assoprei o fogo, adiantou nada. Assoprei de novo, nada. Peguei um copo e comecei a colocar água, "vou apagar esse fogo é agora", gritei mentalmente, até que durante um segundo vieram vários pensamentos e lembranças na minha cabeça, uma delas por exemplo era eu criança, na casa da minha avó, espirrando água com as mãos no fogo aceso do fogão(dã) e vendo ele dar uns estalos e tal, às vezes até aumentando. Até que eu mudei de ideia(que era MUITO imbecil por sinal) e resolvi abandonar o copo. Até que eu tive uma nova e brilhante ideia: Desligar/virar o botão lá do gás, nossa eu achei que seria tão fácil dizer mas eu não sei o nome do negócio, enfim, "apagar o fogo". Acontece que o fogo continuou depois que eu virei o negócio. (tudo isso que eu tô escrevendo não durou nem 4 segundos).
Hesitei por um momento, sem saber o que fazer, e assoprei. puufhhh (onomatopeia do assopro). E então, como num passe de mágica, todo o fogo sumiu. E eu então aliviado me sentei na cozinha, no meio daquela fumaça, e refleti sobre a vida por alguns minutos. Foram os 4 segundos mais longos da minha vida, e ali nasceu um pequeno trauma de hambúrgueres, e como vingança comerei todos eles até o final de minha existência. Sou fogo. (trocadilho glr)
Dias depois a cozinheira Giselle foi em casa e fritou um hambúrguer usando água na frigideira, o que eu já tentei fazer e não deu certo, então acho que ela usou magia negra, não sei, porque ficou até melhor do que o que eu frito com óleo. Mas acho que não vale a pena o esforço de tentar fazer isso sozinho aqui.

Vou parar o texto por aqui senão ele vai ficar muito longo, e a mesma preguiça que você tem de ler textos grandes eu tenho de escrever. No próximo capítulo eu falarei mais sobre a vida fora do apartamento, que é mais divertida por sinal. Acredito que postarei em menos de 8 meses a continuação, mas nunca se sabe. Enfim, se gostou clica no botão "gostei" ali embaixo, adiciona como favorito, e tambem não esquece de se inscrever ali em cima no can- ah, nem é youtube. 

quinta-feira, maio 17, 2012

Do Lado de Dentro

Hoje o post não é engraçaralho e não tem piadinhas, então se você é um daqueles que me acham com cara de palhaço e que só escrevo bobeiras, você está certo é isso aí mesmo. Mas hoje não.
Eu fui a um show ontem e gostaria de compartilhar algumas coisas com vocês, mas antes, um pouquinho sobre mim:
João Paulo nasceu no ano de 1992 na cida- Eu ouço bastante música, sempre que estou sozinho no metrô, trem, ônibus, andando na rua, academia, na sala ou no quarto, no beco ou no carro, eu estou com meu ipod ouvindo alguma coisa. Essas coisas variam entre músicas e podcasts, dependendo do meu clima espiritual, alinhamento dos astros, temperatura do ambiente, etc. Sobre podcasts eu escrevo um outro dia, mas o estilo musical que mais ouço é basicamente rock. Existem os tais subgêneros como rock progressivo, hard rock, punk rock, e bla bla bla, mas fodam-se as conotações. O que posso dizer é que dificilmente ouço rock mais pesado como Iron Maiden e Metallica, e jamais rock ultra pesado como por exemplo Sepultura. Ouço um rock mais leve, mais tranquilo, que dá pra entender o que o vocalista canta. Se tivesse que definir qual o estilo de rock que eu ouço eu diria que é o rock Queen (uma bandinha lá da Inglaterra), que é a banda que define meu caráter musical, tanto por ser foda como por ser completamente versátil e completa. Queen é a trilha sonora da minha vida, um abraço.

Como eu ouço vários artistas, eu acabo não me aprofundando muito em cada um deles. Eu diria que das centenas de bandas que eu tenho na minha pasta de músicas, apenas umas 4 ou 5 eu sei a letra de mais que 20 músicas. Existem 3 bandas que eu ouço com bastante frequência, e todo o restante gira em torno da minha órbita musical e ora está no meu ipod, ora não. Ou seja, há 3 bandas que eu posso dizer que sou realmente fã, e com isso voltamos ao início do texto.

Esses dias fui a um show de uma banda que eu sou realmente fã, e isso ainda não tinha me acontecido, até porque só duas delas ainda existem. Essa experiência me fez pensar e perceber algumas coisas, tanto enquanto eu estava lá, como depois. A primeira coisa é bem clichê, mas que deu pra sentir bem lá: os fãs. Eu cheguei um pouco cedo na fila, e com isso consegui entrar mais cedo no local (dã) e pegar um lugar bem perto do palco, que variava entre ser o segundo e o terceiro indivíduo depois da grade. Acontece que quando eu cheguei no meu lugar ainda faltavam horas pro início do show, e tivemos que ficar ali todos em pé ouvindo músicas péssimas do "dj" que nada tinham a ver com o show do dia. E durante esse período foi muito legal ver os fãs, cada um revezava o posicionamento pro outro poder sentar um tempo no chão, e por maior que fosse a vontade de beber água ou ir ao banheiro, ninguém sairia dali nem fudendo, com medo de perder seu lugar (e com certeza iria). Isso acontece em todos os show acredito, mas como foi o primeiro que eu fiz questão de ficar lá na frente e tal, foi diferente ver isso. Tudo aquilo pra ficar ali bem perto dos caras que apenas escreveram umas músicas, pegaram uns instrumentos e foram lá tocar. Aí que tá, será que é só isso mesmo?

Isso foi outra coisa que eu fiquei pensando, fucking poder da música hein? A música é realmente muito importante pra muitas pessoas. Não que elas dependem disso  pra viver, mas as pessoas fazem a música ganhar um significado na vida que é até de se assustar. Eu faço isso, mas não me assusto comigo porque no meu caso é totalmente normal é claro. Isso é uma coisa meio que misteriosa pra mim, o poder que a música tem de "consolar" a pessoa quando ela está triste, ou de animar quando precisa, ou de fazer chorar, lembrar de alguém, lembrar de momentos, se identificar com as letras, etc etc etc. Tem pessoas que apenas ouvem músicas por ouvir, já outras dão um significado e passam a amar as músicas e seus artistas (ou seria os artistas e suas músicas?), e eu acho isso estranho, mas ao mesmo tempo incrível. O que me leva a um outro ponto, que é outro poder que a música dá: idolatria.

Por mais fã que eu seja de qualquer artista, ele pra mim não passa de uma pessoa que ou faz um ótimo trabalho, ou é talentoso pra caralho, ou me identifico muito, ou qualquer outra coisa, mas repito, uma PESSOA. A maioria dos meus ídolos estão mortos, e dos que restam poucos estão perto de mim, então não é tão fácil vê-los pessoalmente, mas posso garantir que eu jamais vou enlouquecer ao ver algum ídolo pessoalmente. O máximo que eu posso tentar fazer é conversar, mas como eu não vou saber o que falar (e vou ter vergonha), vou acabar fazendo nada mesmo. Não ligo muito pra autógrafos, a não ser que seja tipo o autor do livro autografar o livro, ou o artista no cd. Mas pegar um papelzinho e pedir pro artista autografar não significa muita coisa pra mim. Fotos também, sei lá, me parece mais algo pra se gabar do que outra coisa. Lembrando que essas são minhas opiniões pessoais de merda, se você é daqueles que quer mais do que tudo uma cueca do Pelanza autografada, vá em frente e seja feliz.

O que eu quero dizer é que mesmo pra mim que não ligo muito pra esse lance de idolatria, a música transforma a situação. Aquele mesmo artista que pode passar ao meu lado na rua e eu não fazer nada, quando está em cima de um palco, cantando as músicas que eu sei de cor, tocando fodamente os instrumentos do jeito que eu quero ouvir, e com milhares de fãs ali ao meu redor, cantando todas aquelas músicas que eu decidi que são importantes pra mim, cara, tudo isso eleva aquele momento a um ponto inexplicável. Ali dentro milhares de pessoas eram qualquer um, independente da profissão, conta bancária, altura, peso, sexo, eram simplesmente fãs. Enquanto os que estavam no palco eram reis, e comandavam tudo ao redor, inclusive a mim. É como se do lado de fora existisse o mundo normal, no qual eu vivo, enquanto do lado de dentro eu era apenas um dos seres enfeitiçados pela magia da música que era tocada ali, completamente dominado. E digamos que isso me fascinou.

E sobre a banda do show, entendedores entenderão.

quarta-feira, abril 25, 2012

Psicotuitoanálise #1 - Fanatismo

Bom dia, boa tarde, boa noite. Hoje vou falar sobre câncer de próstata. Mentira.
Vou te poupar daquele papo de que faz meses que eu não posto aqui e etc, pq tanto eu como você estamos pouco nos fodendo pra isso. Apenas uma curiosidade: Quando escrevi o último post deste blog, eu ainda tinha cabelo.

Hoje resolvi fazer algo diferente, vamos analisar juntos a mente humana, através de uma psicotuitoanálise. 
MAS COMO JOÃO? 
Pra isso usaremos o método twitteriano de psicanálise avançada freudiana cerebelística anonencefálica, que é um método desenvolvido por mim mesmo há 42 segundos. Este método se baseia no estudo das reações das arrobas diante de tweets direcionados para com elas, tambem conhecidos como replies. Mas antes, uma breve introdução sobre as arrobas:


As arrobas, habitantes do Planeta Tuíter, são como avatares de seres humanos, habitantes do Planeta Terra. Por trás de cada arroba há um ser humano, e um único ser humano pode possuir várias delas. De acordo com um infográfico apresentado na Universidade de Janazzússets, a partir da terceira arroba de uma pessoa, a quantidade de arrobas que a mesma possui é proporcional ao nível de demência dela. Por se tratar de um avatar, o humano geralmente faz das arrobas um meio pra liberar todas as asneiras presentes em sua mente doentia, e claro, pra dizer coisas que não tem colhões o suficiente pra dizer na ~vida real. Atos como linguajares estranhos, frases sem sentido, ofensas à outras arrobas, piadas sem graça, declarações de amor, trollagens, etc, são típicos das mais diversas arrobas do mundo todo.

Sobre os tipos, existem vários: Arrobas sentimentais, engraçaralhas, fã clubísticas, analfabetas, pornográficas, depressivas, haters, cabeças, desequilibradas, confusas, de guerra e de paz, mas nenhuma delas me fez tão feliz quanto você OH WAIT. 
Há muito o que falar sobre os tipos de arrobas, mas é um campo de estudo mais específico, papo pra outra hora. Vamos ao que interessa, que é o estudo deste post. 

Hoje testaremos o fanatismo das arrobas, onde as 5 cobaias receberão replies ofensivos aos seus ídolos, amores ou qualquer coisa que gostem, e então vamos analisar os comportamentos e respostas de cada uma delas. Será que há muito fanatismo no twitter? As arrobas são mais ofensivas do que os humanos por trás delas? As fãs pré-adolescentes são as mais chiliquentas? Existe amor em SP? Essas e muitas outras respostas descobriremos a seguir. e logo depois as incluiremos na lista de estudos estudados por estudantes de merda que não servem e nunca servirão pra porra nenhuma.


Cobaia #1 - Fã de Slipknot


Bom, o começo eu achei meio confuso, ele ficou se explicando, que é " fã " mas não escuta mais, um acaso não sei o quê de Maggot... enfim, muito avançado pra mim. Mas é importante notar que ele não assassinou o português em nenhum dos tweets. Depois ele já botou a arroba pra fora, analisou minha bio do twitter, e achou algo pra me atacar. Nobre atitude, pena que não percebeu que o "ex-colírio" era irônico, mas faz parte. Pensando bem, ele ter acreditado que eu sou um ex-colírio quer dizer que ele achou que eu tenho cara de afeminado. Nem ligo, minha mãe continua me achando gato. Vamos ao próximo pq hoje ele não tá com paciência ((:


Cobaia #2 - Fã de Luan Santana


Não sei pq, mas sempre que é pra eu digitar "fosse" meus dedos digitam "vc", desculpa se meu cérebro não é tão eficiente assim. Mas foda-se meus erros, foco nas cobaias por favor. 
Logo de início ela(suponho) afirma com letras maiúsculas e garrafais que é FÃ sim de Luan Santana! E logo depois questiona o primeiro xingamento, o de gay. Segundo ela, em um dia ele "pega" mais do que eu em minha vida toda. Suponho que esteja falando de pirocas. 
Depois questiona o "vesgo", dizendo que ele NÃO É! Não discutirei isso pq pode ser que a própria fã seja vesga também e por isso não tenha percebido, nunca se sabe. 
E vejam vocês, apesar de fã de LS, ela deu um show no português, escrevendo ainda no final com todas as letras na minha cara "... mesmo q FOSSE seria mais bonito que vc." Pois é, a ofensa dessa frase foi justamente uma fã do Luan Santana ter conseguido escrever "fosse" e eu não. CHUPA JANUZZA!


Cobaia #3 - Fã do Pelanza


Acredito que tanto pra mim quanto pra vocês o resultado dessa fã foi perto do esperado. Eu só estranhei o "coisa velha", mas vindo de uma arroba fã clubística de alguma artista que não conheço, e que na verdade fica defendendo o Pelanza, acredito que eu seja bem mais velho realmente que o humano por trás disso, mesmo com 19 anos de idade. Fiquei meio receoso pois ela ameaçou vir aqui e quebrar minha cara, afinal, depois que eu assisti ao filme "Zoando na TV" nunca se sabe quando alguém pode surgir do seu monitor e te espancar. 
Mas é claro que não parou por aqui, era de se esperar que uma fã da pelanza honrasse a reputação e não parasse em apenas um reply contra mim. Eu até expliquei depois que eu tava fazendo um teste apenas, pra ela relaxar, que a vida não é tão ruim assim, mas nem adiantou muito:


Depois veio uma amiguinha tambem mandar reply, super educada, porem analfabeta, mas tive preguiça de dar print. Sobre o português é meio confuso, não sei se é tendência agora iniciar todas as palavras com maiúsculas, usar pontos finais e vírgulas misturados, talvez seja a nova norma gramatical. O interessante é que ela é violenta mas é contra o uso da palavra cu, prefere o uso dos famosos @¨#%&. Eu só queria saber qual palavra ela quis substituir ali no primeiro reply. Meu palpite: "caralha".


Cobaia #4 - Assistinte de Game of Thrones


Eu ouvi um Português falando a palavra "assistinte" uma vez, ou pelo menos acho que ouvi, e achei legal. Fiz questão de escolher uma arroba fã de alguma série só pra poder usar a palavra, tô nem aí. 
O @mrcaio estava dando chilique dias atrás por causa de Game of Thrones, e resolvi testá-lo, mas confesso que me decepcionei um pouco com a resposta. Eu que estava acostumado a receber chiliques e ofensas em troca, recebi apenas uma palavra que algumas das arrobas anteriores nem devem saber o que significa. Mas como veio de um fã de uma belíssima série da HBO, e não de uma banda teen qualquer, é compreensível. Depois revelei que era um teste e o indivíduo afirmou que teve vontade de me xingar mas decidiu mandar apenas um HEREGE. Podemos perceber agora a capacidade de guardar pra si os xingamentos e não ofender as arrobas que apenas possuem um gosto diferente do seu. Fidalguia level 8.


Cobaia #5 - Fã de Los Hermanos



Pra encerrar com chave de ouro temos uma cobaia fã de Los Hermanos, que segundo muitas pessoas faz parte de um dos piores tipos de fãs pra se discutir por aí. Se isso é verdade eu não sei, mas essa cobaia foi a que melhor se saiu no teste. Não assassinou o português, me ofendeu, deu chilique, nada. Foi simples, educada e elegante. Fidalguia level 10. Isso mostra que é possível, sim, as arrobas manterem a dignidade, calma e astúcia(só pra usar a palavra mesmo) dos humanos por trás dela. Parabens pra Thayana, que levaria um iPad pra casa como prêmio se o nome não fosse esquisito. 


Encerramos assim nossa psicotuitoanálise de hoje, com resultados que serão tão úteis quanto uma camisinha pro Mr Catra. Obrigado pela participação de todas os envolvidos, vocês contribuíram para um mundo melhor. 
E você aí, fique ligadinho no tuíter! Quem sabe você não será nossa próxima cobaia de um próximo teste? Isso mesmo, você!! Pra participar é fácil! Basta envi--

"- Nossa mas você não tinha nada melhor pra fazer do que essa merda de post?"
Não tinha. Não tem. Pelo menos pra mim. :)

domingo, janeiro 15, 2012

Adeus menoridade.


~~este post foi escrito em setembro de 2010~~

Hoje é meu último dia de vida com 17 anos de idade. E isso não significa nada. Não é que não significa, mas não é o que eu esperava que fosse há alguns anos atrás, pois eu achava que na manhã que eu acordasse com 18 anos eu ficaria estilo Super Sayajin, com uns poderes a mais, sairia dirigindo, enchendo a cara, comendo puta da Praça Afonso Pena, mas hoje sei que não é bem assim, pelo menos tudo isso.


As únicas coisas que mudarão são as que tem alguma coisa a ver com as leis, direitos e deveres, ou seja, uma merda foda, como diria Azaghal o Senhor da Oceania. A partir de amanhã poderei tirar carteira de motorista(que demora meses), poderei beber(que demora… não demora), mas se eu resolvo um dia dirigir e beber ao mesmo tempo sou preso! Meu pai não leva a culpa! Só porque eu tenho 18 anos! Porra Dilma!

Eu também posso a partir de amanhã solicitar os programas de uma garota (a de programa) sem ser recusado, afinal a lei prostitucional não permite que as prostitutas dêem o rab amor pra menores de idade. Mas como não tem nenhuma central de putas suecas por aqui, não vale a pena. Agora poderei ir à um Motel, bem mais prático, o problema(no meu caso um sério problema) é que a garota também deve ter mais que 18 anos, aí fode. Ou melhor, não fode. Porra Tiririca!

Resumo da ópera, meu corpo continuará igual, sem poderes, o único poder que vou ganhar é o poder ser preso com maior facilidade, afinal serei responsável pelos meus atos. De resto não muda muita coisa, até porque ainda tenho cara de 15, tamanho de 12 e cérebro de 10. Mas não deixa de ser supimpa(momento nostalgia) o fato de que eu serei maior de idade.

Só não sei se é “Adeus idade velha”, afinal 17 anos é mais novo que 18, porém é uma idade que eu não terei mais, ou seja, velha. Amanhã terei uma nova idade, mas que será mais velha do que a que eu tenho hoje. É uma questão pontual, ou não. Arnaldo?